quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Crónicas hospitalares


Sempre que vou ao hospital está lá o fulano do elevador. 
Passadas três semanas, já só uso as escadas. 




Apetecer, apetecer, apetecia-me hoje ir a um museu. 
Deixa lá ver quais é que são minimamente interessantes e perto de mim. 


quarta-feira, 26 de novembro de 2014


Tenho para mim que há cada vez mais sítios (lojas, restaurantes, cafés...) onde o serviço é tudo menos convidativo. A moda agora é os funcionários estarem geralmente amuados, com ar de quem não está para aturar (e receber) clientes. 

terça-feira, 18 de novembro de 2014

As 50 Pombas sem Lei




Espero que as urgências hospitalares estejam prontas dia quinze de fevereiro para o fenómeno. 

"It's a mad, mad world" já dizia alguém. 

Estou com pena do São Valentim. Ser decapitado no dia catorze para depois ver tantos casais a "celebrar" o dia assim deve ser tão deprimente. A sério. 

domingo, 16 de novembro de 2014

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

quinta-feira, 6 de novembro de 2014



Hoje é um bom dia para sair de casa, ir ao café do mar na Costa da Caparica,
 fazer surf até me gelarem os ossos e depois ir ao Barbas




Constatações #5


Ler outra notícia de suicídio em adolescentes/jovens é coisa para me arrepiar logo de madrugada. A pressão que às vezes se atira para cima daquelas mentes não tem explicação (a pressão que elas aceitam, também, mas isso é outro assunto ainda pior) e o problema é que muitas vezes a própria família, os próprios professores, a própria sociedade, não se apercebe disso e não tem a intenção primordial de os pressionar. Muitas vezes, as pessoas de fora têm a intenção de incentivar só. Só que, lá está, a pressão cria-se de forma manhosa, com vários sentidos e em vários sítios do corpo quando o esforço já é muito e o incentivo já se torna quase num: espero isto de ti. Às tantas todo o cérebro está contaminado de pressão e uma simples frase é vista como um ultimato. 
E depois é demasiado tarde, como o foi, para o caso da Amy Latham. Embora neste caso particular não se saiba se ela era pressionada por pessoas ou se ela própria se pressionava a si mesma, é sempre chocante. A distância entre aguentarem firmes, prosseguirem os objectivos escolares e desistirem de tudo é pouca. E isso é o mais assustador. Por isso é que cada vez mais se tem de ter muito cuidado com o que se incute aos jovens e com o que eles próprios aceitam como pressão. 
As pessoas podem pressionar-nos, mas nós é que aceitamos essa pressão. Temos sempre a escolha de não a aceitar e de seguirmos um rumo diferente. E são precisos cornos rijos para isso. 

quarta-feira, 5 de novembro de 2014



Mas não sonhes repetidamente com coisas que sabes que nunca se vão realizar.
Pode queimar-te os neurónios da cabeça e destruir-te partes do coração. 

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ouvido aqui e ali #1


Ir ao café comprar uma garrafa de água das pedras gelada e ouvir um casal:

Ela - Combinei irmos ao cinema com o João e a Madalena. 

Ele - Devias ter-me perguntado primeiro, marquei depilação. 

Ela - Tenta marcar para outro dia. 

Ele - Sim, mas mesmo que desmarque hoje também tenho de arranjar as sobrancelhas e isso já desmarquei uma vez. Desmarca tu com eles. 

Ela - Deixa de ser assim!

Ele - Depois não venhas dizer que te meto nojo com os pêlos no peito. 



sexta-feira, 31 de outubro de 2014


Desenhadores de Ferraris criaram esta bicicleta de luxo! 
Mas só custa entre seis e nove mil euros. 


E que ninguém se lembrasse do meu nome numa cidade nova. 


O desemprego diminui ou a imigração aumentou? Pois é, pois é. 


Hoje estava capaz de me enfiar numa livraria destas antiquíssimas e comprar pelo menos cinco livros antigos. 

Talvez se me abstraísse mais do concreto, do certo, se não estivesse tão centrado em perfeccionismo mental...




Hoje é um bom dia para passar a tarde na Baixa.

Constatações #4


Não sei se isto só acontece comigo, mas sempre que me falam de alguém que é popularmente conhecido por ser "um dos melhores na sua área" desconfio sempre. E muito!

quinta-feira, 30 de outubro de 2014


Pois é, isto até fazia algum efeito, se no facebook não existissem tantas pessoas a partilhar notícias (será que se pode chamar àquilo notícia?) sobre programas de televisão.

Constatações #3


Entretanto, num centro de emprego, uma percentagem considerável de pessoas deve chegar lá neste estado, para depois na segunda semana do trabalho que lhes é atribuído, não aparecerem mais ou fazerem o mínimo possível (ignorantes ao facto de terem retirado o lugar a dezenas ou centenas de pessoas que dariam tudo pelo emprego). 


Conseguia passar facilmente um dia inteiro sentado num destes bancos a ver o que se passa na rua, enquanto comia e lia. E era dos dias mais produtivos filosoficamente da minha vida. 

A minha dúvida é...


Por que é que sempre que vou a uma fnac, os balcões de atendimento estão vazios ou têm alguém que, não sendo da área ou daquele balcão, diz que vai chamar o colega responsável pelo balcão e acaba também por desaparecer na neblina? 

O Homem é uma criatura estranha #2






quarta-feira, 29 de outubro de 2014

O que é antigo é bom #1


Não há nada como os jogos de antigamente, do mais simples possível, mas ainda assim, bons. Não me referindo só ao jogo snake, um dos melhores jogos de sempre, senão o melhor de sempre, foi o meu antigo Tetris em consola cinzenta comprida de botões amarelhos. Depois disso, foi sempre a piorar. 

França tem os palhaços pelas ruas a espalhar terror. Nós temos argumentos políticos a fazer o mesmo efeito. 

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Panorama geral


Já se está a ver que a questão do ébola (a nível político) é mais complexa do que o que querem fazer parecer , o continente não pára de aumentar os preços como quem finge que não repara no assunto, a gasolina esteve mais barata e ninguém se pergunta porquê, portanto, a única coisa que efectivamente interessa ao mundo deve ser quem é que hoje vai comer sushi ao almoço ou a última selfie do momento. 

Constatações #2


Se vivermos a nossa vida toda absorvidos pelo que conseguimos ver lá ao longe com uma daquelas lentes poderosas de zoom, arriscamo-nos a perder tudo o que está a acontecer ao nosso lado. 

Colocações de professores ou: Life is Cruel




Mesmo não sendo professor, consigo discernir que neste momento, o ministro da educação precisa de fazer mais do que desculpar-se em jeito de: Life is cruel. E isto é chato. É chato porque o ministro não pode estar esquecido de que estamos numa fase em que pagamos impostos mais altos e que os serviços não estão a acompanhar o pagamento feito, em que a educação é obrigatória até ao décimo segundo ano o que implica mais professores e melhor gestão do ensino, e que há taxas de desemprego assustadoras. Neste momento os jornais estão a juntar-se a uma certa disputa social por quem conseguiu amealhar mais colocações em curto espaço de tempo e disputa-se entre o caso que foi colocado em duzentas escolas e o que foi colocado em duzentas e uma escolas. Para no dia seguinte vir o caso de quem foi colocado em duzentas e duas escolas. E isto está a tornar-se insólito. 
Há anos que assistimos a uma desvalorização da carreira do professor, que os obriga (sim, usei bem o verbo) a reivindicar coisas básicas. Em vez de estarem preocupados com preparar aulas e fazer o seu trabalho, são obrigados a estar preocupados com o facto de não saberem se vão ensinar a equação do primeiro grau numa escola do Algarve ou de Vila Real. Ou se vão alugar casa com a família inteira no Porto ou no Alentejo. Ou se naquele mês vão gastar cem euros em gasolina ou trezentos euros.
E por um lado é bom que venham a público estes casos, para que o país tenha noção real do estado da gestão do ensino no nosso país. Mas por outro (todas as moedas têm dois lados, não é?) isto contamina mês após mês, a imagem do professor. Já lá vão os tempos em que os professores eram vistos (e eram vistos assim com razão) com uma importância extrema. Os pais sabiam que o professor era importantíssimo para o futuro do João, da Maria e do António. As câmaras sabiam que a escola era importantíssima. As pessoas pagavam a educação mas sabiam que o futuro era melhor, que o esforço era recompensado, que estar a ser educado era uma mais valia para o futuro.
Neste momento as colocações dos professores põem a nu a forma como os professores estão a ser conduzidos para um sistema de produção industrializada. Professor atrás de professor, quase em maquinaria de produção, vão em linha industrial para a esquerda, direita, diagonal e, caso tenha havido erro de tapete rolante e tenham ido parar à máquina errada, fora com ele e já se vê. 
E assim andam os professores do nosso país, reduzidos a produto industrial quase. Estará esquecido o ministro de que, sem professores ou com um professor diferente a cada semana, ou com falta de professor durante semanas consecutivas, nunca teria tido educação séria para chegar a ministro? 

Coisas que chateiam #2


O que não pagamos em papel para ler os jornais, pagamos em cada site de notícias com publicidade a saltar de canto em canto da tela até por ventura nos enganarmos em meio centímetro de click e irmos parar ao outro site qualquer de um carro, vinho, supermercado ou queijo. 

Skater boy


E todas as manhãs, de mochila pendurada num braço e rota na bolsa onde espreitava um maço de cigarros, o skater boy cruzava a fila de trânsito de asneiras, fatos pendurados junto à porta traseira dos carros, nuvens de fumo mal cheirosas e trava-arranca e ria-se como se achasse que a vida dele era melhor ao frio, de tábua estragada e velha, com o cabelo cheio de caracóis sujos por pentear e uma banana sempre já preta na mão. E claro, já se sabe, ele tinha razão.  

Levar a alma ao barbeiro


Se estivermos preocupados com um jardim ou cultivação, conseguimos discernir que partes cortar e que plantas erradicar. Estranho é a dificuldade que temos, ao discernir isso, em fazê-lo na nossa vida com pessoas e lugares.



segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Constatações #1


Ainda haverá alguém que consegue distinguir (e, portanto, acreditar numa opinião) entre publicidade inocente (gostar de determinado produto) e publicidade pura e dura (viver só daquilo)? Tenho as minhas dúvidas. 



Coisas que chateiam #1


A sociedade ter à frente um meteorito e pensar que encontrou um planeta. Pior, a sociedade ter à frente um planeta e pensar que é um simples meteorito. 

O Homem é uma criatura estranha #1


Numa época onde podemos ser tudo aquilo a que a nossa cabeça se propuser a ser, onde não temos já necessariamente tantos conservadorismos nas famílias, onde as pessoas podem andar na rua quase como se em casa estivessem, estamos como sociedade a afundar-nos numa descida em montanha-russa de suicídios, crise financeira, egoísmo e tentativa desenfreada de conseguir fama, seja a a ser realmente bom, seja a fingir que se é realmente bom (sendo o útimo caso o mais frequente).
Os jornais deviam começar a vir com a notícia do dia sempre a informar quantas pessoas se suicidaram no dia anterior. À custa de ter de ler essas manchetes, o comum mortal lia de manhã antes de ir para o trabalho ou para o supermercado mais próximo logo assim de repente enquanto deixava cair migalhas do folhado misto comprado já meio ressequido no café da esquina: 

Ontem suicidaram-se cem pessoas. 

E o comum mortal visualizava logo, na sua mentezinha atarefada cheia de "estou atrasado", "tenho de ir aos correios depois do trabalho", "a sopa já deve ter azedado", "mudar o óleo ao carro", uma fila de cem pessoas, lado a lado, todas a suicidarem-se. E se calhar essa visão já o fazia pensar. 
Porque isto de o comum mortal não ter noção do que se passa com as pessoas com quem cruza a rua, com quem come macarrão com queijo no restaurante do menú mais barato ou com quem discute no trânsito porque alguém se esqueceu de pôr o pisca, tem de acabar.
O comum mortal está mais egoísta que nunca. Escuda-se no "é a crise" para justificar o que deixou de fazer pelos outros, porque é que deixou de ajudar quem quer que seja. "É a crise." 
Nos Estados Unidos, por ano (façam uma pausa dramática para o vosso cérebro registar melhor o que vou escrever), suicidam-se trinta e duas mil pessoas. 
Sabem o que é que são trinta e duas mil pessoas?
Imaginem o pavilhão atlântico cheio até ao último de lugar de pessoas, todas a suicidarem-se, mas com a diferença que lá fora na fila para entrar estavam mais treze mil pessoas, também todas a suicidarem-se. 
É esse o número de suicídios nos Estados Unidos, por ano. 

Ficaram com uma ideia?



Platão, não os oiças


Que eu também vou tentar fazer o mesmo, porque a probabilidade de hoje em dia alguém num cargo importante dizer algo verdadeiramente válido é assustadoramente baixa e não há esperança que possa depositar no meu país que não acabe derrubada por isto. 



No meio colocam-se ideias



Isto vai ser mais ou menos como Pablo Neruda dizia: "Escrever é fácil. Começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio coloca ideias." Portanto algures pelo meio de um parágrafo ou outro, vão surgir hipoteticamente algumas ideias (não necessariamente válidas ou interessantes, logo se vê).